UOL
07/06/2004 - 06h28
Caribe: Hotel reproduz vila colonial do século 18

da enviada especial da Folha de S.Paulo a Curaçao
e free-lance para a Folha de S.Paulo

Hospedar-se em uma minicidade colonial holandesa do século 18 tombada pela Unesco como patrimônio da humanidade é o diferencial do hotel Kurá Hulanda (www.kurahulanda.com).

São oito quarteirões de casarões renovados e ruas estreitas, onde funcionam pousadas, restaurantes, cafés e lojas. A sensação é de estar numa cidade cenográfica, com direito a música ambiente nos jardins da propriedade.

No total, Kurá Hulanda, que significa "pátio holandês" em papiamento, contém 65 edifícios. Além da vila, há spa, academia, sala de conferências, museu e um instituto de estudos culturais.

Nos quartos, a mobília inclui camas talhadas na Indonésia --antiga colônia holandesa--, roupa de cama indiana e paredes pintadas por artistas locais. A diária custa a partir de US$ 200.

Os mais afortunados pode usufruir da suíte nupcial indiana, que tem cama, criado-mudo e cadeiras de prata, lustre de cristal e banheira de mármore para dois, por uma diária de US$ 1.000.

O hotel é propriedade do milionário holandês Jacob Gelt Dekker. Dentista de formação, com pós-graduação nos EUA e MBA na Holanda, Dekker também é empreendedor. Abriu 120 lojas de fotos de revelação de uma hora ao redor da Europa e, mais tarde, vendeu tudo para a Kodak.

Em viagem à ilha, em 1998, o empresário de 56 anos se apaixonou pelo lugar e resolveu investir na restauração de uma mansão antiga. Ao descobrir que ali eram descarregados escravos oriundos do tráfico, resolveu criar um museu antropológico (leia abaixo). Em dez meses, a coleção que hoje forma o museu foi reunida, e 16 casas em estilo colonial holandês foram compradas e restauradas.

Em 1999, Dekker e um sócio construíram um centro de conferências e, no ano seguinte, inauguraram o Instituto de Estudos Culturais Avançados.

Com a vinda de pesquisadores e turistas ao museu, surgiu a idéia de construir o hotel. Por 25 anos, Dekker se hospedou em hotéis luxuosos do mundo inteiro, o que lhe angariou experiência em gigantes que tinham de mil a 6.000 quartos. Em resposta, criou um microcosmo intimista, o Kurá Hulanda.

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