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07/06/2004 - 05h34
Caribe: Licor de Curaçao é fruto de experiência frustrada

da enviada especial da Folha de S.Paulo a Curaçao

O licor de Curaçao é conhecido em todo o mundo há mais de um século e muitos ainda pensam na bebida antes de se darem conta de que uma ilha o batizou. Mas o que pouca gente sabe é que esse líqüido é fruto de uma experiência agrícola malsucedida.

Tudo começou quando os espanhóis, primeiros colonizadores da ilha, levaram para lá mudas de laranjeiras de Valência, famosas por produzirem uma laranja doce. Diferenças climáticas, porém, produziram frutos ácidos e com a casca enrugada, impróprios para comer. Essa casca, no entanto, passou a ser usada na fabricação de óleos aromáticos que, devido ao seu sabor agradável, foram incorporados a licores.

Não se sabe ao certo quem descobriu que esses óleos poderiam ser usados na fabricação de licor. Mas uma família soube tirar proveito disso no século 19. Os Senior começaram a produzir a bebida em escala comercial em 1896.

Muitos resolveram seguir a onda e passaram a fabricar o digestivo em outros lugares. Entretanto a divisão norte-americana de álcool e tabaco estabeleceu que apenas o licor produzido pela família original poderia ter a inscrição "autêntico" na garrafa.

Os sabores mais populares são passas ao rum, chocolate, café e o famoso blue Curaçao. Todos são muito usados na preparação de coquetéis. Quem visita a ilha pode dar um pulo na fábrica original e degustar o licor.

A destilaria da Senior & Co. (www.curacaoliqueur.com) se gaba de produzir o "Curaçao de Curaçao". No bairro de Salinas, ela ocupa a casa da fazenda Chobolobo Landhuis, construída no começo do século 19, e está aberta à visitação.

Senior & Co. - Funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h; a entrada é gratuita.

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