Como todos já devem ter percebido, meu nome é Ricardo dos Santos Freire Jr. Eu tenho atualmente 29 anos, e me formei em dezembro de 2002 no Curso de Ciências Moleculares (CCM), sendo que agora acabo de concluir meu Doutorado (direto) em Matemática Aplicada no IME-USP. Se você é mais um dos que estão querendo saber uma opinião sobre o CCM, tudo que posso dizer é que é um curso fantástico!

Bem, mas toda história tem um começo, e a minha também teve...aparentemente meus pais não queriam ter apenas uma filha, e resolveram ter um segundo filho, com isso eu nasci em 28 de fevereiro de 1978...e como eu costumava (percebam o uso intencional do passado) ser pontualíssimo, eu até nasci em 8 meses! :-)

Mas então como deveria ser, cresci e como todo mundo se lembra, fui um bom aluno, brincava bastante até que por motivos financeiros fui fazer Técnico em Eletrônica na ETE Lauro Gomes (de 1993 a 1995, nas "grandiosas" 1L, 2K e 3I). Não pretendia mesmo ir pra lá, porque não queria perder um colegial acadêmico pra fazer algo que eu pretendia fazer na faculdade (na época, pensava em Engenharia Eletrônica e/ou Ciências da Computação por causa de micros e jogos), mas o que parecia que seria muito mala acabou sendo ótimo! Eu aprendi muito na ETE, fiz muitos dos melhores e grandes amigos que tenho hoje, aliás, são tantos que me recuso a citá-los agora (vai que esqueço algum!), e especialmente descobri que não queria trabalhar na área de Engenharia, da qual eu percebi que gostava da parte teórica, e como fazer pesquisa e jogos no país nunca pareceu algo realista, resolvi procurar algo pra fazer...

...por diversos motivos, dentre os quais a fama de que se aprende muito e conhece-se vários lugares, eu resolvi que trabalharia ou com consultoria ou auditoria, e portanto escolhi prestar para Contábeis na USP e Administração na FGV. Por quase 50 mil motivos, em reais, obviamente resolvi ir pra USP, no começo de 1996. Bom, no final do primeiro ano, eu já estava conseguindo minha vaga em uma das maiores empresas da área, mas como Murphy é muito amigo, fui convocado a servir o Tiro de Guerra de SBC, aos meus 19 anos em 1997. Foi com certeza, o pior ano que já tive. Eu perdi o trabalho que queria, acordava extremamente cedo pra ir ao TG, sendo que não só odeio acordar cedo, como sou filosoficamente contra o serviço militar. Pra ajudar, comecei a trabalhar à tarde em suporte à informática, e continuava indo à FEA/USP assistir aulas. Bem, só me lembro que o ano acabou.

Em 1998 consegui manter a vaga no estágio que tinha sido aprovado, e assim trabalhei um ano em Auditoria na PricewaterhouseCoopers / PwC (na verdade, ainda era Price Waterhouse quando entrei). Fiz grandes amigos, acho que também conheci muitos lugares legais, visitei empresas diversas e tive bons e maus momentos, mas não consegui ficar satisfeito. Em 1 ano comecei a ficar relapso com meus horários e desestimulado, pois não estava aprendendo de fato muita coisa. Claro, existiram trabalhos divertidos, mas mesmo esses foram diferentes pelas situações extraordinárias em que ocorreram e porque tive muitos bons momentos pessoais.

Com isso, enquanto eu ficava cada vez mais desestimulado comecei a perceber também que a pesquisa ainda não está morta em nosso país! Tinha diversos amigos que estavam fazendo cursos com essa intenção, e a verdade era que não é um mar de rosas, mas é viável ainda...claro que com muito esforço e sacrifício, mas o desafio valia a pena!

Assim acabei tomando a decisão de que iria tentar o CCM (Curso de Ciências Moleculares), e isso acabou ficando realmente decidido quando em maio de 1999 eu decidi que iria sair da PwC. Tinha resolvido que iria procurar outra área em que eu me sentisse motivado, e estava seriamente inclinado a ir para pesquisa. A certeza disso veio quando passei no CCM (ao contrário de todos os meus colegas, eu não tinha certeza de que iria entrar...)

E assim, aqui estou eu hoje, escrevendo esse texto confuso a vocês... :-)