São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002

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Abundância de estudantes e de habitantes com menos de 35 anos agita vida noturna da cidade

Juventude domina população de Groningen 
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A maioria das empresas de caminhadas sobre a lama fica na Província de Groningen, cuja capital, de mesmo nome, é o centro econômico, educacional e cultural do norte da Holanda.
Localizada a 201 km de Amsterdã, Groningen é a sétima maior cidade do país e teve seu nome mencionado pela primeira vez em documento oficial em 1040.
Armazéns de outros séculos, com arquitetura característica, hoje funcionam como restaurantes e residências, por exemplo, o antigo escritório de impostos da Província (Goudkantoor, ou "escritório do ouro"), de 1635, abriga um restaurante e foi restaurado em 1996. Ele apresenta em sua fachada, de estilo renascentista, a inscrição "Date Caesari quae sunt Caesaris" ("ao imperador o que é do imperador").
A maneira mais rápida e barata de conhecer a cidade é caminhando. Para isso, basta comprar o folheto com um roteiro das principais atrações do centro, que cobre uma área de 1 km2. O percurso dura cerca de duas horas, e o folheto pode ser encontrado no escritório de informações turísticas da cidade (VVV Stad Groningen).
O Grote Markt (grande mercado), ponto de referência da cidade, abriga a torre da igreja de São Martim, símbolo local, com 97 m. Em estilo gótico, foi construída entre 1465 e 1482. Já a estação central de trem foi construída em estilo neo-renascentista em 1896 e restaurada recentemente.
Groningen também apresenta uma grande amostra de arquitetura contemporânea, consequência da reconstrução após a Segunda Guerra. O exemplo mais chamativo é o museu de Groningen, espécie de quadro cubista em três dimensões, idealizado por designers como Philippe Starck.
Groningen é a cidade com a maior porcentagem de jovens da Holanda: quase metade da população tem menos de 35 anos e cerca de 20% dos 175 mil habitantes são estudantes. Os centros educacionais mais importantes são a Hanzehogeschool (escola superior politécnica) e a Universidade de Groningen, fundada em 1614, e uma das melhores do país. Por ela passaram pessoas ilustres, como o presidente do Banco Central Europeu, Wim Duisenberg.
Devido à grande quantidade de jovens, a vida noturna é agitada. A cidade conta com 160 bares e cafés, distribuídos quase lado a lado em seu centro compacto, rodeado por canais. O espaço também é recortado por dezenas de ruas estreitas, ao lado de calçadas douradas e vermelhas -marca registrada das cidades na Holanda.
O modo de funcionamento dos bares reflete a pouca desigualdade social do país. "Aqui é possível entrar e sair dos bares à vontade, sem pagar consumação. Dá a impressão de que, no Brasil, a consumação tem como objetivo selecionar a classe social de quem frequenta o bar", diz o brasileiro Francisco Borges, 25, doutorando na Universidade de Groningen.
(LUCIANO GRÜDTNER BURATTO)

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