Seita recebe inscrição para fila da clonagem humana até por e-mail Empresa criada por raelianos tem sede nas Bahamas MARCELO LEITE
Até que não é difícil entrar na fila de espera da clonagem. Basta enviar mensagem de correio eletrônico para os endereços indicados na página da Internet da seita religiosa Movimento Raeliano (www.clonaid.com). Em 24 horas vem a resposta do ciberespaço. Os raelianos _que aparentemente contam com meia centena de simpatizantes no Brasil_ acreditam que a espécie humana foi clonada por seres extraterrestres. Como prometeus pós-modernos, querem acender o mesmo fogo sobre a Terra. Anunciaram segunda-feira que já têm um casal disposto a pagar US$ 500 mil para obter a graça de copiar a filha morta aos dez meses, segundo o jornal norte-americano "The Washington Post". Os e-mails são do biólogo Marc Rivard (marc.rivard@rael.org) e da relações-públicas Nadine Gary (nadine@vegasnet.net). Quem respondeu à consulta da Folha, no entanto, foi Brigitte Boisselier (BBoisselie@aol.com), diretora científica da Clonaid, o recém-lançado serviço de clonagem. Boisselier estivera presente à entrevista coletiva em que o serviço foi anunciado aos mortais comuns, na presença do líder Rael (Claude Vorilhon, um ex-jornalista esportivo tornado guru). No site da Clonaid, que não faz menção à alta taxa de ineficiência da técnica de fusão celular (foram necessárias centenas de embriões para obter a ovelha Dolly), afirma-se que o preço poderá baixar a até US$ 200 mil por clone. Na resposta por e-mail ao pedido
de clonagem, Boisselier esclarece que o laboratório da seita ainda
está em construção, mas deverá entrar em operação
no início de novembro. "Se o sr. quiser ir em frente e fazer-se
clonar, gostaríamos de encontrá-lo antes, para explicar todos
os detalhes.
A Clonaid também atende em domicílio, por conta do freguês: "Se o sr. quiser que voemos ao Brasil, temo que terá de pagar as despesas de viagem, já que nossa jovem companhia não pode permitir-se ainda tais despesas". No Brasil e nas Bahamas
Colaborou Luciano Grüdtner
Buratto, free-lance para a Folha
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