Calçadistas italianos sofrem para entrar no país com vaca louca
Com sacrifício de gado infectado, preço do couro sobe, onerando produção de calçado 
LUCIANO GRÜDTNER BURATTO 
FREE-LANCE PARA A FOLHA 

A doença da vaca louca está atrapalhando a entrada da indústria de calçados italiana no Brasil. O sacrifício de gado infectado em países
produtores de couro, como a França, fez com que o preço do material aumentasse em 35% nos últimos quatro meses, encarecendo a produção de calçados na Itália.

"No curto prazo, o problema é o aumento do preço do couro. No longo prazo, corremos o risco de ficar sem matéria-prima", diz Antonio Brotini,
 presidente da Associação Italiana de Fabricantes de Calçados. O país, quarto maior produtor mundial de calçados, não produz couro.

Os italianos estão no Brasil participando pela primeira vez da Couromoda, maior feira de calçados da América Latina, que termina hoje em São
Paulo.

Para entrar no mercado brasileiro, os italianos apostam na parceria com indústrias locais. Eles já firmaram acordo com a empresa Democrata,
de Franca (SP), e esperam aumentar os negócios no país neste ano.

Mas, se depender da indústria brasileira, terceira maior produtora mundial de calçados, a luta será acirrada. "Nosso mercado é competitivo, nossa moda não deve nada a ninguém, nem aos italianos, e nossos serviços de pós-venda são eficientes", rebate Francisco dos Santos, presidente da Couromoda.

Segundo Santos, o maior "patrimônio" do setor é o mercado interno. São vendidos anualmente cerca de 570 milhões de pares de calçados
produzidos no país. Desse total, 400 milhões ficam no país e 170 milhões são exportados. O principal destino são os Estados Unidos.
 

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